A alimentação tem um papel central na gestão da Gota — mas há ainda muitos mitos à volta do tema. Comer bem não cura a Gota, mas pode reduzir significativamente o número e intensidade das crises. Por isso, é importante saber o que realmente influencia o ácido úrico no sangue, e o que não passa de confusão.
O que realmente influencia a Gota?
A Gota é causada pelo excesso de ácido úrico no organismo. Cerca de 15% do ácido úrico vem da alimentação, enquanto os restantes 85% são produzidos pelo próprio corpo. Ainda assim, os alimentos ricos em purinas — compostos que ao serem metabolizados produzem ácido úrico — podem agravar a doença.
Alimentos a moderar:
- Carnes vermelhas e vísceras (fígado, rins);
- Mariscos e peixes como sardinha, anchova, cavala;
- Cerveja (mesmo sem álcool) e bebidas alcoólicas fortes;
- Refrigerantes e bebidas adoçadas com frutose.
Alimentos aliados:
- Água, muita! Pelo menos 2 a 3 litros por dia ajudam os rins a eliminar o ácido úrico;
- Laticínios magros (iogurte, leite);
- Frutas e legumes, especialmente cerejas e morangos (que podem ter efeito anti-inflamatório);
- Cereais integrais e leguminosas (com moderação);
- Café, em algumas pessoas, parece estar associado a menor risco de gota.
Mitos comuns:
- “Não posso comer nada com proteína.” Falso. A proteína não é o problema — o tipo de proteína é que importa.
- “A Gota é causada por má alimentação.” Parcialmente. A alimentação influencia, mas fatores genéticos e metabólicos são muitas vezes determinantes.
- “Se controlar a alimentação, posso deixar a medicação.” Atenção: a dieta ajuda, mas não substitui o tratamento médico.
Controlar a Gota passa por fazer boas escolhas à mesa. Não se trata de viver em dieta permanente, mas sim de saber o que pode ajudar e o que deve evitar. E, acima de tudo, perceber que a gestão da doença é um equilíbrio entre medicação, estilo de vida e acompanhamento clínico.